domingo, 22 de fevereiro de 2009

Cultura e Carnaval


A época do Carnaval talvez seja o período em que as manifestações populares ocorram com mais intensidade em nosso país. O Ministério da Cultura - através de suas Secretarias - tem contribuido, por meio de editais de premiações, Fundo Nacional de Cultura ou pelo mecenato, com diversos grupos folclóricos e artístiscos, das cinco regiões brasileiras, responsáveis por fazerem desses quatro dias os mais felizes pra muita gente.

No âmbito da Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura (Sefic/MinC) cerca de 40 proponentes culturais tiveram seus projetos aprovados, para captação de recursos, relacionados a atividades carnavalescas por meio da Lei 8.313 (Lei Rouanet). Ao todo, foram aprovados a captação de mais de R$ 34 milhões. Entre os projetos estão os de agremiações carnavalescas conhecidas do grande público como a paulistana Acadêmicos do Tucuruvi e as cariocas Tradição e Porto da Pedra, ao lado de instituições que promoverão o tradicional Carnaval de Rua como a Associação Entidades Carnavalescas de Porto Alegre.

Premiação utilizada no Carnaval


Para quem pensa que Carnaval é samba e vice-versa, diversos grupos espalhados pelo país provarão que o Brasil possui outras manifestações que fazem também muito sucesso nesse período do ano. Prova disso são os mestres e grupos das culturas e tradições populares selecionados pelo Prêmio Culturas Populares 2008 - Edição Mestre Humberto de Maracanã, empreendido pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC).


Alguns dos escolhidos - que receberam como prêmio o valor de R$ 10 mil - aplicaram o recurso ou parte dele na apresentação carnavalesca desse ano. É o caso de Francisca Nazira Barbosa da Silva, esposa de Geraldo Barbosa da Silva, fundador do grupo folclórico cearense Maracatu Reis de Paus, vencedor na categoria Mestre.

Ela conta que o dinheiro propocionará uma festa mais tranquila este ano. “O prêmio foi importante para dar mais brilho às apresentações, pois poderemos adiantar nossa preparação já que outros recursos só nos chegam às vésperas do Carnaval”, disse Francisca Nazira.

Exemplo parecido é o de Maria dos Santos Castanhedes, conhecida como Maria do Côco, fundadora do grupo Tambor de Crioula Manto de São Benedito, também premiada na categoria Mestre. Segundo ela, nunca recebeu nenhum auxílio do governo e que o prêmio em dinheiro é importante e irá ajudar para comprar os figurinos e a ornamentação do grupo. “Estou muito feliz, nunca tinha sido aprovada em nenhum concurso antes, quando ficava sem recurso utilizo os que vem da banquinha que tenho para vender côco. Sem dúvida o prêmio nos auxiliou muito”.

Já o pernambucano José Severino de Santana, também premiado na categoria Mestre, fundador da Escola de Samba Galeria do Ritmo e do grupo cultural Dançaricar, vai investir os R$ 10 mil recebidos para renovar os figurinos e instrumentos musicais do grupo. Ele afirmou que o reconhecimento por parte do Ministério da Cultura causou um grande efeito positivo em sua vida e em seu grupo.

“É um impacto enorme, difícil de mensurar na vida de um homem negro, pertencente ao candomblé e aos brinquedos populares. Que sempre foi visto pela sociedade como um louco, um vagabundo, um macumbeiro e agora ganhar do governo federal um reconhecimento oficial do papel de um Mestre da cultura brasileira. Agora estou com novo ânimo para continuar meu trabalho de ensinar os ritmos percussivos oriundos do candomblé - samba, afoxé, maracatu para jovens e crianças dos bairros carentes da periferia do Recife - Morro da Conceição, Alto José do Pinho, Maranguape II”, disse José Severino.

Marcos Agostinho/Comunicação Social/MinC
fotos Egeu Laus no Bloco Gigantes da Lira

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